O Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa), unidade de pesquisa da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), está publicando mais um Boletim Agropecuário on-line. Ele reúne as informações conjunturais de alguns dos principais produtos agropecuários do Estado de Santa Catarina.
No que diz respeito ao arroz a publicação diz que a safra 2021/22 se encerrou com uma produção de 1,25 milhão de toneladas, distribuída em aproximadamente 148 mil hectares. Com isso, a produtividade média do Estado se aproximou de 8,5 toneladas por hectare, tendo ultrapassado, em regiões como Rio do Sul, Ituporanga e Blumenau, a marca de 9 toneladas de média por hectare. Entre os fatores que explicam esse bom desempenho, destacam-se a condição climática, bem como o investimento em tecnologia, a adubação e as sementes de alto potencial produtivo, resultado da capitalização obtida pelos produtores em razão dos altos preços das duas últimas safras. Em relação à comercialização, até o momento, aproximadamente 90% da produção já está em posse da indústria, tendo a maior parte do volume comercializado atingido o preço médio de R$ 65,00/sc de 50 kg. Preços acima de R$ 70,00/sc de 50 kg foram alcançados por pouco mais de 3% da produção e apenas 10% do total poderá alcançar os preços que serão cobrados no segundo semestre. Isto se deve ao fato de a maior parte dos produtores terem necessidade de fazer caixa imediatamente após a colheita, gerando pouca margem para negociação com as indústrias e vendas em períodos de oferta elevada e baixos preços.
Para o milho os números da safra 2021/22 estão consolidados. O Boletim diz que a estiagem afetou significativamente a produção da safra de verão 2021/22 na maioria das regiões do Estado (SC). Essa redução foi de 30,1% em relação ao prognóstico inicial, o que representa cerca de 900 mil toneladas. As informações referem-se à primeira e à segunda safra em Santa Catarina. A produtividade do milho, estimada inicialmente e no final da safra, apresentou comportamento diferenciado entre as regiões. Dentre estas as que apresentaram projeção de produtividade inicial acima de 9t/ha tiveram uma forte redução na estimativa final. Curitibanos, Canoinhas e Xanxerê apresentaram uma redução superior a 30%. A estiagem afetou de maneira mais intensa ainda as regiões de Chapecó e São Miguel do Oeste. Os números iniciais da próxima safra sairão no próximo Boletim. Em linhas gerais, porém, as expectativas e o contexto da nova safra podem ser traçados a seguir: nova realidade para o produtor com a elevação significativa dos custos de produção, destacando-se, dentre os componentes do custo, os fertilizantes, que tiveram uma elevação de cerca de 65% em relação a 2021.
Os números da safra catarinense de soja estão consolidados neste relatório. O prognóstico inicial da produção de soja no Estado na safra 2021/22 foi de 2,71 milhões de toneladas (set. 2021), considerando a primeira e a segunda safra. A estiagem, em dezembro e janeiro, no entanto, impactou o prognóstico inicial da produção. A atualização da estimativa em julho de 2022 (estimativa final de safra) foi reduzida para 2,01 milhões de toneladas, o que representa um recuo significativo de 20,14% em relação à expectativa inicial da produção. A produtividade da soja, estimada no início e no final da safra. As regiões com maior área de cultivo (acima de 100 mil hectares) tiveram uma redução superior a 20% da projeção de produtividade. Curitibanos, Xanxerê e Chapecó tiveram este movimento provocado pela estiagem no final de 2021 e início de 2022. As regiões de Canoinhas e do litoral mantiveram os rendimentos acima de 3 t/ha. A região do planalto norte se destaca com a maior área cultivada no Estado. A safra brasileira de soja, estimada pela Conab (boletim de julho) para a temporada 2021/22 foi de crescimento de 4,1% em comparação à área da safra anterior, atingindo 40,95 milhões de hectares. No entanto, a expectativa da produção é de redução de 10,2%, chegando a 123,04 milhões de toneladas. Os problemas climáticos no Sul do Brasil afetaram a produção nacional, com desdobramentos no mercado interno e internacional.
Fonte: Epagri / Cepa.