Com finalização da safra, prejuízos para agricultura após as enchentes de 2023 ultrapassam R$ 1 bilhão

Com suporte da Epagri, a Cravil finalizou o levantamento dos prejuízos para os agricultores após as enchentes de 2023. Os números foram organizados após a finalização da safra, que ocorreu no primeiro quadrimestre deste ano. Em conjunto com municípios e entidades, a Cooperativa encaminhou um documento aos Ministros da Agricultura, Carlos Fávaro e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, solicitando medidas emergenciais de suporte às famílias.

O valor da perda foi de R$ 1.019.206.500,00, considerando culturas como soja,

Tabaco, milho silagem e em grão, arroz, trigo, feijão, cebola, pastagem e ainda de leite. O presidente da Cravil, Harry Dorow, explica que os prejuízos foram muito significativos pela perda de safra em diferentes áreas. “As produções em geral tiveram muita perda pois não houve uma formação de grãos completa nas lavouras e isso fez com que nós sentimos a falta de produtividade”, detalha.

O presidente da Cravil ainda acrescenta que o documento enviado para o Governo Federal busca oferecer um suporte às famílias. “Nada mais que justo se preocupar que os agricultores consigam reconstruir toda esta perda e consigam reconstituir, principalmente, o solo. Somente para recuperação de solo, precisamos de mais de R$ 115 milhões para poder ter novos plantios de safra.”

As perdas abrangem, principalmente, as microrregiões do Vale do Itajaí, representadas pelas Associações de Municípios. A presidente da Amavi, Solange Schlichting acompanhou a apresentação do relatório e explica o quanto a entidade pretende se envolver na defesa dos agricultores da região. “É necessário ter um levantamento, levar estes números e ter a esperança de conseguir algo pros nossos agricultores se reerguerem ou renegociarem uma dívida”. Solange reitera que a intenção é apoiar para que todos possam ser ajudados.
Para ilustrar melhor os danos causados e agora associados com os levantamentos de final de colheita da safra 23/24 os prejuízos se avolumaram ainda mais em função da baixa produtividade causada pelo clima. O Gerente Regional da Epagri, Almir Kröger demonstra que os números mostram a realidade do Alto Vale. “Nós tivemos uma grande perda de produção decorrente do excesso de chuvas que atrasou o início do plantio, lavou o solo.”

O gerente também relembra os períodos sem sol, durante o ano de 2023: “a perda foi geral desde a grande lavoura de soja até a pequena produção de autossubsistência da família. Nada se produziu, desde a batata doce até o confinamento de gado. Além disso, houve uma perda de solo muito significativa”.  
Na cultura do trigo a perda chegou a  60%, arroz a 30 %, cebola foi de  27%, no milho 50 %, soja 20%, tabaco 15% e leite, em função da perda de pastagem e alimentos, estima-se em 30%. Os danos causados na produção de hortifruti, ornamentais, piscicultura, pequenos animais e outras culturas permanentes também foram significativos. 

Os prejuízos na perda de solo nas áreas agricultáveis de 236.000 ha. Deste números, pelo menos 61.280 ha. precisam ser recuperados.

O documento, enviado aos Ministros, foi assinado pela Cravil, Amavi, Epagri, Ucavi, Sindicatos Rurais e de Trabalhadores Rurais, além do Consagri, que representa Secretários Municipais de Agricultura.

 

Pedidos aos Ministros da Agricultura e Agricultura Familiar:

 

Prorrogação de dívidas:   

- Dívidas de custeio vencidas ou vincendas junto ao sistema financeiro: dar carência de um ano e parcelar em duas vezes com vencimento da primeira parcela em 2026 e a segunda em 2027, taxa de juros reduzida não superior a 2% a.a., sem prejuízo para contratação de novos financiamentos para custeio. 

- Dívidas de investimentos junto ao sistema financeiro: passar o vencimento da parcela vencida ou vincenda em 2024, como última parcela no final do contrato. 

- Recursos financeiros de longo prazo, no mínimo de 5 anos, com juros não superior a 2% a.a. direcionados para recuperação estrutural do solo em valores de R$ 115 milhões.

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