Ao longo das últimas décadas, a evolução tecnológica (principalmente, no que diz respeito ao âmbito digital) tem revolucionado a vida de todas as pessoas, desde a forma como nos relacionamos até o modo como trabalhamos e fazemos atividades simples. No campo, não é diferente.

É claro que o acesso às novas tecnologias é facilitado quando falamos de grandes cidades e, por outro lado, pode ser mais difícil para quem vive em áreas rurais. E é nesse contexto que se evidencia a importância das cooperativas, sejam do ramo do agronegócio, de crédito ou até de infraestrutura.

Associando-se a cooperativas, os pequenos produtores ganham escala e conseguem ter acesso a informações, produtos e serviços que facilitam seu dia a dia, reduzem seus custos e ampliam sua produtividade.

Saiba mais sobre o assunto:

O campo hoje

Anualmente, a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) apresenta um levantamento sobre os hábitos de compras, de consumo de mídia e de lazer dos produtores rurais brasileiros (realizado pela Informa Economics Group – IEG | FNP).

A 7ª edição da Pesquisa Hábitos do Produtor Rural ABMRA, referente ao ano de 2017, contou com 2.835 entrevistas pessoais, incluindo agricultores e criadores/pecuaristas de 15 estados brasileiros. De acordo com o estudo, entre os produtores rurais:

  • 96% tem celular;
  • 61% desses tem smartphone;
  • quase a totalidade deles usa WhatsApp;
  • 77% faz uso de uma ou mais redes sociais;
  • quase metade deles pesquisa na Internet antes de comprar algum item;
  • 33% utiliza a agricultura de precisão em alguma atividade (como lavoura, preparação do solo, plantio, etc.).

Observa-se, portanto, que ocorre uma gradativa disseminação das inovações tecnológicas pelas áreas rurais do país. Contudo, diante da sobrelevação da população mundial, torna-se cada vez mais urgente a ampliação da produtividade no campo, o que, segundo especialistas, deve acontecer dando início à quarta grande revolução na agricultura, a chamada agricultura 4.0.

A agricultura 4.0

Equipamentos de telemetria para o monitoramento preciso de lavouras, adubadoras com regulagem de faixas de aplicação e ferramentas digitais para escolha de bicos de pulverização são apenas algumas das tecnologias rurais já disponíveis no mercado.

Outros bons exemplos são os equipamentos robotizados, como drones de pulverização precisa, tratores autônomos (sem piloto), colheitadeiras automatizadas, etc.

Na área de inteligência artificial e machine learning existem até pesquisas na adoção de ferramentas de reconhecimento facial utilizadas para fornecer informações sobre o gado e sua rotina alimentar, auxiliando a reduzir desperdícios e melhorar os resultados do produtor.

No entanto, “o produtor nem sempre tem conhecimento da tecnologia que vem sendo gerada”, comenta Renato Greidanus, presidente de uma cooperativa agroindustrial paranaense.

O produtor Franke Leonardo Dykstra, de Carambeí, diz ainda que não são todos os produtores que veem a tecnologia da mesma forma. “Alguns são inovadores: testam e adotam; muitos esperam o resultado obtido por outros; e há os que nunca mudam.” Greidanus completa: “Daí o papel da cooperativa ser essencial nessa área.”

A contribuição das cooperativas

Unir forças de modo cooperativo tem sido a forma encontrada por muitos dos pequenos produtores rurais para ter acesso ao crédito, a itens de infraestrutura básica e também a tecnologias e informações especializadas.

As cooperativas de eletrificação rural, por exemplo, atendem, atualmente, mais de 4 milhões de brasileiros – segundo a OCB –, sendo as responsáveis por levar energia a muitos locais em que as concessionárias tradicionais não chegam.

Já no ramo de crédito – ainda de acordo com a OCB –, instituições cooperativas são as únicas entidades financeiras disponíveis em 564 municípios brasileiros, localizados principalmente no interior do país. Portanto, o cooperativismo financeiro facilita o acesso ao crédito, sobretudo, nas áreas rurais, permitindo aos produtores cuidarem melhor de suas finanças e investirem em suas produções.

As cooperativas agropecuárias, por sua vez, são algumas das que mais contribuem para levar conhecimento, tecnologia e inovações ao campo. Exemplo disso foi a primeira feira agrícola digital, a Digital Agro, promovida por uma cooperativa agroindustrial do Paraná, em setembro de 2017. Este ano, será realizada a segunda edição do evento, em junho, em Carambeí/PR.

Na opinião de Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, as cooperativas agropecuárias atuam como verdadeiros centros de difusão de inovações tecnológicas para os pequenos produtores rurais e criadores/pecuaristas, promovendo eventos formativos e informativos, facilitando o acesso a equipamentos, máquinas e serviços (mesmo que compartilhados) e favorecendo o ganho de escala que permite otimizar os resultados do produtor.

Assim, as cooperativas assumem um papel cada vez mais estratégico no  desenvolvimento do agronegócio, colaborando para otimizar a produtividade, a renda e a qualidade de vida de milhares de produtores rurais, sobretudo, pequenos produtores e agricultores familiares.

Fonte:http://www.oseudinheirovalemais.com.br

Gostou? Compartilhe!