Se todos os agricultores familiares do Brasil formassem um país, ele seria o oitavo maior produtor de alimentos do mundo. Essa informação consta no Anuário Estatístico da Agricultura Familiar 2023, divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O documento tem o objetivo de mostrar a participação da agricultura familiar no total da produção agrícola brasileira, e os números são baseados em pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A divulgação do anuário acontece na semana em que se comemora o Dia Internacional da Agricultura Familiar, em 25 de julho, data criada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU). De acordo com o anuário da Contag, a agricultura familiar brasileira é a principal responsável pelo abastecimento do mercado interno, fornecendo produtos saudáveis e adotando práticas sustentáveis no manejo dos recursos ambientais.
As propriedades de agricultura familiar somam 3,9 milhões no país, representando 77% de todos os estabelecimentos agrícolas. Em termos de área ocupada, elas correspondem a 23% do total, equivalente a 80,8 milhões de hectares. Para se ter uma ideia, essa área é quase equivalente a todo o estado do Mato Grosso. Essas propriedades são responsáveis por 23% do valor bruto da produção agropecuária do país e por 67% das ocupações no campo.
Na agricultura familiar, tanto a produção de alimentos quanto a gestão da propriedade ficam, predominantemente, a cargo da família. O presidente da Contag, Aristides Santos, defende que conhecer os números da agricultura familiar é fundamental para desenvolver a atividade.
Além da produção de alimentos em si, outra contribuição das propriedades familiares é atuar como um “motor” para a economia. De acordo com a Contag, a agricultura familiar responde por 40% da renda da população economicamente ativa de 90% dos municípios com até 20 mil habitantes, representando 68% do total do país. Ou seja, ela movimenta o dinheiro nas pequenas cidades do campo, gerando um efeito multiplicador de empregos e renda.
Fonte: Agência Brasil